segunda-feira, janeiro 02, 2006

MARCAS DO QUE SE FOI, SONHOS QUE VAMOS TER

Sergio Denicoli

Tchhhhhhhhhhhiiiiiiiiiii buuuummmmmm!!! Enquanto os fogos anunciavam o ano novo as luzes refletiam no rosto das pessoas, deixando-as mais coloridas. Com os pés sendo beijados pelas calmas ondas do mar eu pensava - estampando um sorriso de canto de boca e olhos marejados pela magia do poder recomeçar - que acabava ali 2005.

Agora estamos num novo número 2-0-0-6. É um número par, divisível portanto em partes iguais.

Mas não havia intensidades iguais, nem alegrias iguais, nem esperanças iguais. Então onde está a igualdade que me despertou a atenção ao anunciar de um ano justo, pelo menos no aspecto numérico?

A resposta veio pelas flores oferecidas à rainha das águas no tão tradicional ritual da virada neste Brasil de miscigenação. As flores eram embaladas pelas ondas e insistiam em não sair da praia, como que cumprindo a missão de deixar aquele momento enfeitado.

Eram formas, cores e cheiros variados, que juntos formavam um cenário lindo de festa. Era a resposta: a igualdade está na diferença.

Eu não carregava flores, mas estava carregado de boas energias. Mais do que rápido coloquei as mão na água. Oferecia a minha parte ao ano que iniciava. Distribuía naquele mar que une todos os continentes um pouco da paz de espírito que me acometeu.

Estendi as mãos à luta pela adição das diferenças na busca pela igualdade. Desejei que os rostos coloridos mantivessem as cores variadas que deixavam os sorrisos mais reluzentes.

O sorriso faz a diferença. A esperança faz a diferença. A igualdade faz a diferença. O amor faz a diferença. Quevedo disse que “o que põe os homens a perder é quererem ser diferentes de si mesmos”.

Sejamos portanto iguais a nós mesmos e diferentes ao ponto de poder ter algo para trocar.

Que o lema de 2006 seja como aquela música que sempre anuncia a chegada de um novo ano: “quem quiser ter um amigo que me dê a mão”.

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